quarta-feira, 20 de março de 2013

Vida Fatal - Capítulo 33


Cena 1/ Áureo Mineração/ Espaço da presidência/ Interno/ Dia
ROSE: Essas cartas são minhas. Você não tinha o direito de abri-las e lê-las.
GUILHERME: E você não tinha o direito de esconder essa informação. Quem diria, hein? O curioso caso da secretária ingênua e do chefe inescrupuloso.
ROSE: Não conta isso para ninguém. Por favor.
GUILHERME: Claro que não vou contar. A não ser que você faça algo em troca por mim.
ROSE: O quê?
GUILHERME: Você se lembra daquela advogada que veio aqui propor uma negociação entre o Áureo Mineração e uma mineradora estrangeira, a Fátima Bertazolli? 
ROSE: Sim.
GUILHERME: Eu quero que você convença o Otávio a aceitar a proposta da Fátima.
ROSE: Por quê?
GUILHERME: Isso não é da sua conta. Caso você não o convença, eu contarei sobre o seu caso com meu tio para todos e, melhor, eu abro um processo para investigar o assassinato dele e você será apontada como uma das principais suspeitas. O que você prefere? Convencer o Otávio ou se tornar suspeita de um assassinato?

Cena 2/ Casa de Paula/ Sala/ Interno/ Dia
(A campainha toca e Paula atende)
PAULA: Thais? O que você está fazendo aqui? Eu te proibi de pôr os pés na minha casa.
THAIS: Eu lembro muito bem disso. Só vim te trazer uma notícia. Eu vou embora.
PAULA: O quê? Para onde? Com quem?
THAIS: Isso não é da sua conta. O que importa é que eu vou sumir da sua vida, como você sempre quis, não é?
PAULA: Você vai viajar com aquele rapaz, o Pedrosa, não é?
THAIS: Pelo jeito, o Renato já a passou a ficha completa dele para você. E respondendo sua pergunta, sim, é com ele. Adeus para nunca mais.
(Thais sai. Paula fecha a porta)

Cena 3/ Áureo Mineração/ Auditório/ Interno/ Dia
PEDROSA: A Rose, a secretária, era amante do seu Ramiro?
GUILHERME: Sim. Eu dei um jeito de enquadrá-la. O que interessa é que ela cedeu as minhas ameaças.
PEDROSA: E que ameaça você fez a ela?
GUILHERME: Isso é coisa minha.
(Otávio entra no auditório)
OTÁVIO: Boa tarde a todos. Com a morte de Ramiro Albuquerque, e por intermédio dele, eu ocuparei a presidência da mineradora. E para vice-presidente, eu aponto o funcionário Renato Arantes.
(Renato levanta-se. Todos aplaudem, exceto Pedrosa e Guilherme)
OTÁVIO: Prometo que essa nova era da empresa, comandada por mim, será de alto progresso. Um projeto de continuação dos projetos iniciados por Ramiro.
(Todos aplaudem)

Cena 4/ Mansão Albuquerque/ Quarto de Gonçala/ Interno/ Dia
(Gonçala está pondo a blusa. Celina abre a porta e fecha. Gonçala abre a porta)
GONÇALA: Pode entrar. Eu já terminei de me trocar.
CELINA: Eu só queria te passar o cardápio do jantar. É hoje a noite que meu filho e sua esposa Adriana se mudam para cá.
GONÇALA: Claro.
(Celina percebe marcas roxas no ombro de Gonçala)
CELINA: Que marcas roxas são essas no seu ombro? Tem alguma coisa a ver com a agressão do Ramiro naquele dia da festa?
GONÇALA: Não. Isso foi porque eu bati na quina da estante. Nada demais.

Cena 5/ Shopping/ Loja de roupas/ Interno/ Dia
JÉSSICA: Obrigada por me trazer aqui, madrinha.
LUCIANA: Não é nada, minha querida. Escolha a roupa que quiser. Está na hora de você calar a boca daquelas garotas invejosas da sua faculdade.
JÉSSICA: Será que com uma mudança nesse visual, elas irão parar de me zombar?
LUCIANA: Só tentando.

Cena 6/ Áureo Mineração/ Sala de Otávio/ Interno/ Dia
(Rose entra na sala)
ROSE: Com licença. Posso entrar?
OTÁVIO: Claro.
ROSE: Primeiro, eu queria parabenizá-lo pela presidência.
OTÁVIO: Obrigado, Rose.
ROSE: Segundo, aquela advogada Fátima Bertazolli está aqui. Posso pedir para ela entrar?
OTÁVIO: Ah sim, claro. Pode sim.
ROSE: Desculpe a intromissão, mas pelo que eu sei sobre a negociação, ela trará resultados bastante positivos para a empresa.
OTÁVIO: Obrigado pela opinião, mas eu já tenho uma resposta sobre essa proposta.
ROSE: Sim. Desculpe.
Cena 7/ Áureo Mineração/ Sala de Guilherme/ Interno/ Dia
JULIANA: Só estou te pedindo para não se casar com a Fátima. É um casamento bastante precipitado.
GUILHERME: Filha, não fique preocupada. Eu já disse mais de mil vezes que a Fátima não preencherá o lugar da sua mãe.
JULIANA: Que lugar? O senhor sempre evita falar da minha mãe para mim. Até minha carteira de identidade não tem o nome dela.
GUILHERME: Ela te abandonou quando você era uma criança. Não precisa saber mesmo dela.
JULIANA: Por mim, pai. Não se casa.
GUILHERME: Eu amo a Fátima.
JULIANA: Ama nada. Ninguém ama alguém assim de forma tão repentina, como aconteceu entre você e a Fátima.
GUILHERME: Eu estou decidido, Juliana. Só resta você aceitar e acatar minha decisão.

Cena 8/ Áureo Mineração/ Sala de Otávio/ Interno/ Dia
OTÁVIO: Sente-se, doutora Fátima.
FÁTIMA: Obrigada. Então, você não deve estar muito lembrada de mim.
OTÁVIO: Estou sim. E eu já tenho uma resposta para a sua proposta. Eu pensei bem e vi como essa associação com a mineradora estrangeira na qual a senhora representa irá render bastante lucro e oferta de emprego e mercado para a empresa. Aqui está a cópia do documento.
(Otávio entrega as cópias para Fátima)
OTÁVIO (com uma caneta na mão): Onde é que eu assino?
FÁTIMA: Nesses documentos aqui.
(Fátima tira da maleta bastantes documentos. No meio deles, ela coloca o documento que transfere todo o patrimônio de Ramiro – agora de Otávio – para Guilherme)
FÁTIMA: (entregando os documentos): Aqui estão.
(Otávio assina todos eles)
OTÁVIO: Pronto.
FÁTIMA (recebendo os documentos de Otávio): Obrigada. Agora, eu entrarei em contato com a mineradora para validar a associação e a importação de alguns minerais. O senhor fez um ótimo negócio, seu Otávio.
OTÁVIO: Eu sei que fiz.
(Otávio aperta a mão de Fátima)

Cena 9/ Paisagens do Rio de Janeiro/ Noite

Cena 10/ Mansão Martins/ Sala/ Interno/ Noite
(Larissa e Alberto estão se beijando. Sérgio desce a escada e vê a cena)
SÉRGIO: Mãe? Quem é esse homem?
LARISSA: Filho. Ai meu Deus, Sérgio. Eu não queria que você descobrisse assim.
ALBERTO (pigarreando): Com licença. Eu me chamo Alberto e sou namorado da sua mãe.
SÉRGIO: Namorado?
LARISSA: Sim, filho. O Alberto é meu namorado. Você não vai ficar bravo comigo não, né? Ou vai?
SÉRGIO: Claro que não, mãe. Que besteira. Curta a sua vida, como eu ando curtindo a minha. (para Alberto): Eu não te conheço, mas quero a ficha completa depois. Trate essa mulher muito bem. Ela é uma das mulheres mais importantes da minha vida.
ALBERTO: Pode deixar.
LARISSA: Uma das mulheres? Então quer dizer que tem outra na parada?
SÉRGIO: Bem, mãe.
ALBERTO: É melhor eu ir.
(Alberto beija Larissa, aperta a mão de Sérgio e sai)
SÉRGIO: Eu estou namorando, mãe.
LARISSA: Ah é? E ia me dizer isso quando? Não, porque pelo jeito, esse namoro dura a certo tempo bastante considerável. Quem é a sortuda?
SÉRGIO: Isso eu não queria falar.
LARISSA: Por quê?
SÉRGIO: É algo bem complicado, mãe. A senhora jura que não vai contar para ninguém?
LARISSA: Juro sim, filho.
SÉRGIO: Minha namorada é a Juliana.
LARISSA: A Juliana, filha do Guilherme?
SÉRGIO: Isso mesmo, mãe. A Juliana, filha do Guilherme.

Cena 11/ Áureo Mineração/ Sala de Otávio/ Interno/ Noite
OTÁVIO: Vamos conferir o cofre dessa empresa.
(Otávio disca a senha e o cofre abre.)
OTÁVIO: Mas o que é isso? Cadê o dinheiro daqui? Não pode ser. A empresa foi roubada.

Cena 12/ Estrada/ Carro/ Interno/ Noite
THAIS: Parar no supermercado para comprar vinho foi uma parada praticamente obrigatória.
PEDROSA: Claro. Comemoração sem vinho não é comemoração. Falando nisso, pega o vinho aí. Ele está no banco de trás. Pega uns copos descartáveis também, que estão aí no banco de trás.
(Thais pega o vinho e os copos)
THAIS: Deixa que eu abra.
PEDROSA: Faça como quiser; minha princesa.
(Pedrosa, que está com seus óculos de grau na cabeça, deixa os óculos cair no tapete do carro.)
THAIS: Deixa que eu pego.
PEDROSA: Não precisa. Vai abrindo o vinho.
(Com uma mão no volante, Pedrosa se abaixa e pega os óculos)
THAIS (tocando no ombro de Pedrosa): Pedrosa; olha a curva.
(Pedrosa se levanta, e ao virar a curva, vê um caminhão vindo em sentido contrário na sua via)
THAIS: Nós vamos bater.
(Pedrosa desvia o carro do caminhão. O carro sai da estrada, cai em uma pequena ribanceira e capota.)
(Congela no carro capotado)

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