sexta-feira, 15 de março de 2013

Vida Fatal - Capítulo 30


Cena 1/ Mansão Albuquerque/ Banheiro/ Interno/ Noite
ADRIANA: Norma? Você me chamou de Norma? Acho que você bebeu demais para estar confundindo meu nome desse jeito.
LARISSA: Não pague de boazinha para mim. Não era por Norma que você era conhecida no bordel onde trabalhava?
ADRIANA: Como você soube disso?
LARISSA: Não interessa. Será que o Otávio sabe disso, do teu passado?
ADRIANA: Não conte para ele. Você não tem o direito de se meter na minha relação com o Otávio.
LARISSA: O quê? Você se intrometeu no meu casamento, armou várias para acabar com ele e agora eu não posso meter meu dedinho no seu relacionamento? Eu não vou perder essa oportunidade de te desmascarar, de contar para o Otávio que você era uma prostituta e que veio à festa do Ramiro disfarçada de garçonete.
ADRIANA: Eu não vou deixar você fazer isso.
(Adriana empurra Larissa, que cai. Adriana sai do banheiro)
LARISSA: Droga. A vadia escapou.

Cena 2/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Noite
(Otávio levanta-se da mesa e aproxima-se de Alberto)
OTÁVIO: Quem diria? Alberto novamente em minha vida.
ALBERTO: Na sua, não. Na vida da Larissa. Tudo bom?
OTÁVIO: Estou levando a vida, mas você deve estar melhor do que eu, né? Está namorando a Larissa?
ALBERTO: Sim, e você não pode nem reclamar. Afinal, você se separou da Larissa para, depois, sustentar uma nova mulher.
OTÁVIO: Bom proveito desse namoro.
(Otávio volta para sua mesa. Alberto dá um sorriso)
ALBERTO: Eu hein?

Cena 3/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Noite
(Luciana passa na frente da mesa de Guilherme. Ele vê e levanta-se.)
GUILHERME (para si e em voz baixa): Luciana?
JULIANA: O que disse, pai?
GUILHERME: Eu não disse nada, garota. Eu acho que você está escutando demais.
JULIANA: Mas o senhor ficou estranho de repente.
GUILHERME: Impressão sua.
(Guilherme senta-se)

Cena 4/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Noite.
RAMIRO: A Gonçala já terminou de preparar o cardápio? Quero que essa mesa esteja posta antes mesmo do discurso.
CELINA: Ainda não verifiquei. Estou regulando o trabalho desses garçons do bufê que o senhor contratou.
RAMIRO: Tudo bem. Eu mesmo vou até a cozinha e verifico.

Cena 5/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Noite
(Larissa se aproxima de Alberto)
LARISSA: Vou falar com o Otávio. Você se incomoda?
ALBERTO: Claro que não. Vai lá. Mande minhas sinceras lembranças.
(Larissa se aproxima de Otávio)
LARISSA: Posso sentar?
OTÁVIO: Seu namorado não vai ficar com ciúmes?
LARISSA: Irei interpretar essa pergunta como um sim.
(Larissa se senta)
OTÁVIO: Por que você não me contou que começou a namorar o Alberto?
LARISSA: Pelo mesmo fato que você não me disse que, depois do divórcio, você ia dividir apartamento com ela. Por sinal, eu vi a Adriana aqui. Pior, vestida de garçonete.
OTÁVIO: O quê? Você deve ter se confundido. A Adriana ficou em casa, ela está indisposta e preferiu não vir.
LARISSA: Ela mentiu para você. Ela veio. Eu a vi.
OTÁVIO: Não pode ser. Isso não faz sentido.
LARISSA: Eu a vi no banheiro disfarçada de garçonete. Eu juro. E eu descobri umas coisas que a envolvem bem picantes, sabia?
OTÁVIO: Que coisas?
LARISSA: Pra que contar? Se você não acreditou quando eu disse que eu a vi aqui, porque você iria acreditar nas coisas que eu descobri sobre o passado dela?
(Larissa levanta-se)

Cena 6/ Casa de Roberta/ Quarto/ Interno/ Noite
CARLA: Esse plano de humilhar a Jéssica não está dando resultado.
ROBERTA: Claro. Agora que você começou a humilhá-la. Vai chegar uma hora que o Bruno vai se irritar e chutar o balde. Confia em mim.
CARLA: Não sei, Roberta. Eu vou desistir disso.
ROBERTA: Desistir?
CARLA: É. Eu não quero ficar armando para cima do Bruno, só porque ele me trocou pela caipira selvagem. Deixa para lá.
ROBERTA: Se você quer desistir, tudo bem. Mas eu não vou ser amiga de uma frustrada amorosamente, entendeu? Se você não vai à luta, eu irei à luta por você.
CARLA: Como assim?
ROBERTA: Deixa que eu cuide de arruinar o namoro da interiorana e do Bruno.
Cena 7/ Áureo Mineração/ Portaria/ Externo/ Noite
(Pedrosa sai da empresa com uma maleta na mão e entra no carro)
THAIS: Deu certo? Você conseguiu roubar o cofre da empresa?
PEDROSA: Claro. Está tudo aqui na maleta.
THAIS: E como você conseguiu?
(Pedrosa tira do bolso um frasco de veneno)
PEDROSA: Isso foi a solução.
THAIS: Você matou os seguranças?
PEDROSA: Não. Mas eu dopei-os. Vão ficar um tempão inconsciente.
(O carro parte)

Cena 8/ Mansão Albuquerque/ Cozinha/ Interno/ Noite
(Ramiro entra na cozinha e vê uma panela contendo feijoada. Gonçala entra)
RAMIRO: O que é isso?
GONÇALA: Feijoada.
RAMIRO: O quê? Você preparou feijoada para servir aos meus convidados? Você está achando que essa festa é churrasco na laje para você servir feijoada?
GONÇALA: Desculpe seu Ramiro. É porque a dona Celina disse que eu poderia escolher o cardápio e achei feijoada um prato apropriado para a ocasião.
RAMIRO: Apropriado?
(Ramiro estapeia a cara de Gonçala. Ela grita. Celina vê)
RAMIRO: Sua burra patética. Trate de sumir com essa feijoada e faça as pressas uma comida de rico como, por exemplo, uma lasanha a bolonhesa ou um rocambole a groolé.
GONÇALA: Sim senhor.
(Ramiro sai. Celina entra)
CELINA: Você está bem?
GONÇALA: Estou.
CELINA: O seu Ramiro não podia fazer isso.
GONÇALA: Tudo bem. O que é dele está guardado.

Cena 9/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ noite
(Paula e Renato beijam-se. Ela olha em direção a porta e vê Thais entrar acompanhada de Pedrosa.)
PAULA: Olha aquilo. A Thais e aquele rapaz que trabalha com você.
RENATO: O Pedrosa. Ele não trabalha diretamente comigo.
PAULA: Mas trabalha na empresa.
RENATO: Não sei quem é o pior daquele casal. Ou é a Thais ou é o Pedrosa.

Cena 10/ Mansão Albuquerque/ Sala/ Interno/ Noite
(Ramiro se aproxima de Otávio)
RAMIRO: Está na hora do discurso. Vem comigo.
OTÁVIO: Claro.
(Otávio levanta-se e, com Ramiro, sobe a um palco improvisado. Ramiro pega o microfone)
RAMIRO: Atenção aqui, por favor. Eu quero que todos prestem atenção no discurso. Primeiro de tudo, eu agradeço a presença de cada um. Segundo de tudo, eu queria agradecer a esses 25 anos de existência da Áureo Mineração. Esse é o principal motivo dessa comemoração.
(Ramiro põe a mão no peito.)
OTÁVIO: O senhor está passando bem?
RAMIRO: Sim. Só foi uma pontada. Continuando, eu queria propor um brinde para uma maior celebração da mineradora. Eu peço que todos levantem sua taça de champanhe e brindem. TIM TIM.
(Ramiro cai no chão. Otávio se aproxima)
OTÁVIO: Seu Ramiro.
RAMIRO: Meu coração. Eu não estou agüentando de tanta dor.
OTÁVIO: Calma.
RAMIRO: AAAAAAAAAAAI
(Ramiro fecha os olhos)
OTÁVIO: Seu Ramiro, fala comigo. Seu Ramiro. Seu Ramiro. Alguém chama uma ambulância, por favor.
(Larissa se aproxima de Otávio)
LARISSA: O que aconteceu?
OTÁVIO: Eu não sei. Ele não está respirando e o coração não está batendo.
LARISSA: O mesmo que aconteceu com a dona Gisele quando morreu.
OTÁVIO: Ai, meu Deus. Será que seu Ramiro morreu?
(Congela em Ramiro)

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